terça-feira, 20 de abril de 2010

Quem precisa de comida?

*** a Pauta***

Dentro de um coletivo paulistano, me atentei à conversa de uma senhora com outra mulher que tinha acabado de conhecer. Elas começaram a falar de emagrecimento e logo surgiu no assunto a tal da ração humana. A senhora disse para mulher que uma cunhada estava usando a ração e que ela substituía as refeições, o café e o jantar pela ração humana. Foi essa ingestão completamente precipitada que me motivou a escrever essa reportagem



*** o Ponto***
Quem precisa de comida?

O nome não atrai. O sabor, muito menos. Mas, o que tornou esse produto um dos mais procurados em casas de produtos naturais transcende qualquer gosto insosso ou nome estranho. O motivo que tem feito muitas pessoas comprarem a ração humana está diretamente ligado à possibilidade de emagrecer mais facilmente, ou seja, sem grandes esforços. Porém, a nutricionista Adriana Matias explica como ocorre essa relação. “A ração humana colabora para o emagrecimento, mas para ocorrer o emagrecimento existem algumas orientações que ela [a pessoa] tem que se adequar, que consiste em ter um horário certo, uma alimentação balanceada, ingerir bastante líquido e fazer atividade física”.

Mas, afinal o que é ração humana?
A ração humana nada mais é que uma mistura composta por elementos ricos em fibras, a fórmula mais divulgada dessa ração contém por volta de 13 itens, entre eles: linhaça, colágeno, fibra de trigo, aveia, leite de soja, açúcar mascavo, castanha, amêndoa, gergelim e gérmen de trigo. “Por ser composta basicamente, por fibras, ajuda na absorção, ajuda no funcionamento intestinal e ajudando na absorção e no funcionamento do intestino as pessoas tendem a emagrecer”, explica o nutricionista.

Porém, ao contrário do que tem sido divulgado, inclusive nas próprias lojas especializadas em produtos naturais, não se pode substituir as refeições principais com o uso da ração. O modo certo de utilizar seria nos intervalos de refeições, misturando com suco, iogurte ou mesmo água. Segundo a nutricionista, o uso da ração é complementar e nunca de substituição. Outro fator que as pessoas que consomem ração também devem ficar atentas é na compra dessas rações já vendidas prontas, uma vez que não se sabe ao certo quais os componentes realmente foram misturados. Segundo a nutricionista, é extremamente preferível que a pessoa compre os produtos a granel e triture-os em casa, assim a pessoa também terá controle sobre o armazenamento do produto, que deve ser mantido dentro da geladeira em frasco fechado e escuro – para evitar a oxidação – durante dez dias.

Apesar de ser benéfica a saúde, se consumida conforme essas orientações, as fibras podem ser melhor aproveitadas pelo organismo se ingerida conforme a necessidade de cada pessoa. Ou seja, não é porque fez bem à sua cunhada que fará bem à você. Afinal, cada componente tem determinada função e às vezes você precisa de um elemento em detrimento de outro. Por isso, antes de consumir produtos que prometem emagrecimento sem grandes esforços, vale a pena consultar um nutricionista antes.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Ele é machão, mas tem bom coração


*** a Pauta***


Depois que o Big Brother Brasil acaba ficam as opiniões, as dúvidas e os questionamentos.
E foi ouvindo a conversa alheia em um coletivo paulistano que percebi o quanto as pessoas assistiam e torciam com esse programa. Mas, o que de fato, me serviu de pauta foi a empatia que muitos pareciam ter pelo estereótipo do vencedor dessa última edição. Mais especificamente a seguinte afirmação: “É claro que o Dourado ia ganhar, o povo brasileiro gosta de homem machão mesmo!”.




*** o Ponto***

Ele é machão, mas tem bom coração

“Ser ‘homem’, ser macho, ainda é, no plano simbólico, aquele que demonstra força, não só física, e quem tem uma objetividade que dispensa boa parte das emoções”. Foi, dessa forma, que a antropóloga Keila Pinezi, definiu o estereótipo de homem que ainda predomina na sociedade brasileira.

Porém, a última edição do programa Big Brother tentou confrontar nas telas a diversidade sexual e como a antropóloga também afirma: “A idéia é criar polêmica e colocar em xeque as diversidades, não exatamente para valorizá-las, mas para obter uma alta audiência com isso”. A audiência foi alcançada, afinal o programa não estaria na décima edição se não tivesse uma boa audiência. Mas não é apenas isso.

O programa Big Brother Brasil, segundo a historiadora social Ana Maria Dietrich, desempenha a função de termômetro social-cultural, onde as pessoas torciam por aqueles que – simbolicamente – as representavam.
Dessa maneira, percebemos a identificação de uma grande parcela dos telespectadores com o participante heterossexual e assumidamente “machão”, o que de acordo com a antropóloga é extremamente normal na América Latina, uma vez que o machismo ainda é muito comum por aqui. Porém, ambas entrevistadas se atentaram para as possíveis conseqüências de uma sociedade onde o machismo é fortemente difundido. “Isso [o machismo] tem impactos graves na sociedade como um alto índice de violência contra a mulher e o crescimento da aids, em especial entre mulheres casadas”, afirmou antropóloga.

Sendo assim, a homofobia está presente na sociedade brasileira, entretanto, há também um confronto constante entre identidades distintas, no caso a homo e a heterossexual. E o grande ponto dessa história é definido pela antropóloga Keila Pinezi: “A grande questão que se coloca é exatamente como os grupos majoritários e minoritários lidam com a diferença, com o outro. A diferença é saudável e deve ser mantida. O que precisa ser averiguado é em relação aos direitos e deveres do cidadão, seja lá qual for sua forma de viver a sexualidade”.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Apresentação...

O a Pauta no Ponto começou a ganhar vida através das minhas idas e vindas nos ônibus da Grande São Paulo. O trajeto, que na maioria das vezes dura mais de uma hora, proporciona conversas e mais conversas.
São conversas pelos celulares, conversas com os cobradores, conversas entre os próprios passageiros. Conversas que ajudam a amenizar o cansaço e a enfrentar o trânsito caótico das cidades paulistas.

São variadas, de todos os tipos, com muitas finalidades, mas têm algo em comum: refletem a opinião da população, de uma parcela da população que em números representa a maioria, que muitas vezes não é ouvida por pesquisas, não manda cartas para os jornais e assim, não está na mídia. Ou melhor, não está pautando a mídia.

Mas, foi ouvindo essas conversas que percebi a riqueza de assuntos e possibilidades. Percebi que elas poderiam gerar inúmeras pautas diferentes, sobre assuntos que verdadeiramente as pessoas estivessem comentando e opinando.
Foi assim, que o a Pauta no Ponto surgiu...

Cada postagem será uma reportagem que eu mesma farei, sobre temas inspirados e pautados nas pessoas e suas conversas nos coletivos.

Aguardem!